quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

VentilaDor

Abençoado seja quem inventou o ventilador. Abençoado seja também quem inventou o ar condicionado que barateou e tornou possível a todos o luxo que é no calor tomar um banho e sentar na frente do ventidador! O chuveiro elétrico, o sabonete, o xampú a própria escova de dentes formam um conjunto de bençãos. O leite condensado, as receitas de bolos, o chocolate, abençoados sejam! A música, os solos de guitarra a melodia, o velho e bom rock and roll ... Santo! Santo! Santo! As coisas engraçadas, bom humor, o próprio bem estar e sua genialidade. O ônibus escolar, o asfalto a grama no chão, a Terra. Abençoados sejam, as tintas, as coloridas borboletas astrais e suas naves espaciais... Sim, abençoados sejam ... Infinitamente ...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Massa crua faz mal?

Pode até ser que eu esteja vivendo uma fase sombria, mas a poesia é minha redenção. Segue um Augusto dos Anjos que ele sabe das coisas.


VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sou Eu

Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente,
Como de um sonho formado sobre realidades mistas,
De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico,
Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,
Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda,
De haver melhor em mim do que eu.
Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa,
Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores,
De haver falhado tudo como tropeçar no capacho,
De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas,
De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida.
Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica,
Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,
De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo —
A impressão de pão com manteiga e brinquedos
De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,
De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela,
Num ver chover com som lá fora
E não as lágrimas mortas de custar a engolir.
Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,
A quem tinem as campainhas da cabeça
Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
Sou eu mesmo, que remédio! ...

Álvaro de Campos

domingo, 23 de janeiro de 2011

Queen

Estou numa fase bem apaixonada por Queen, sempre respeitei os caras, mas hoje eles estão no auge das paradas de sucesso da minha vida. É tudo bom os arranjos, as letras é Genial o Freddie Mercury arrasa também no vocal é perfeito, completo e altruista. Essa música que vou postar é uma maravilha ela vem crescendo toma conta o arranjo é muito bom é coisa de mestre e a letra sensacional, colei ai a tradução dela é "Dont stop me now".


Não Me Pare Agora

Esta noite eu vou me divertir
Eu me sinto vivo
E o mundo virando do avesso
E flutando em êxtase
Então não me pare agora,
Não me pare

Porque eu estou me divertindo
Eu sou uma estrela cadente saltando pelo céu
Assim como um tigre desafiando as leis da gravidá
Eu sou um carro de corrida ultrapassando como lady
Eu vou, vou, vou, vou
E nada vai me deter
E estou queimando pelo céu
Duzentos graus
É por isso que me chamam de Senhor Fahrenheit
Estou viajando na velocidade da luz
Eu quero transformá-lo num homem supersônico

Não me pare agora,
eu estou me divertindo
Estou aproveitando,
Não me pare agora
Se você quiser se divertir, é só me ligar
Não me pare agora (porque eu estou me a divertir
Não me pare agora (sim, eu estou me divertindo)
Eu não quero parar de jeito nenhum

Eu sou um foguete em direção a Marte
Numa rota de colisão
Eu sou um satélite, estou fora de controle
Eu sou uma máquina de sexo pronta pra recarregar
Assim como uma bomba atômica prestes a
ohohoh explodir

E estou queimando pelo céu
Duzentos graus
É por isso que me chamam de Senhor Fahrenheit
Estou viajando na velocidade da luz
Eu quero transformá-la numa mulher supersônica

Não me pare, não me pare
Não me pare
Não me pare, não me pare (eu gosto disso)
Não me pare, não me pare
Divirta-se, divirta-se
Não me pare, não me pare

E estou queimando pelo céu
Duzentos graus
É por isso que me chamam de Senhor Fahrenheit
Estou viajando na velocidade da luz
Eu quero transformá-la num homem supersônico

Não me pare agora,
Eu estou me divertindo
Eu estou preparado,
Não me pare agora
Se você quiser se divertir é só me ligar
Não me pare agora (porque eu estou me a divertir
Não me pare agora (sim, eu estou me divertindo)
Eu não quero parar de qualquer forma

O Homem e a Natureza

O Homem passa toda sua existência tentando acreditar que não é um animal. Criou as cidades e tudo que se vê se abrires a tua janela urbano leitor. O homem quando de cidiu não ser mais macaco criou um habitat próprio assim se afastanto da natureza habitat dos animais e só tem medo de ladrão, bala perdida, ser atropelado e outros perigos das cidades. Ainda nos resta muito, na minha opinião, da natureza e alguns homens tem noção de que dependemos dela para viver e voltam a ela para novamente se integrar e conhecer de entrar em contato com sua essência seu verdadeiro habitat e é ai se dão conta do abismo que lhes separa de sua própria casa, não sabemos mais nada de viver a natureza, falamos, especulamos, escrevemos que a natureza isso, a natureza aquilo mas são tudo falácias. Devemos encarar que não sabemos mais viver na natureza e escrever de fato informações importantes, alertas sobre isso para os que querem tentar esta reaproximação. Um cidadão urbano pode não durar um dia numa simples trilha sem um guia, a natureza exige cuidados, exige respeito ela é um organismo vivo é cheia de beleza mas é preciso ser prudente, qualquer escorregada pode ser fatal os abismos não se fecham pra você não cair, os rios não param pra você não se afogar, a noite não vai deixar de anoitecer porque você está perdido e sem lanterna, é você que tem que se integrar ao que acontece porque nada vai deixar de acontecer por sua causa e não existe ninguém para pedir informação, abrigo ou qualquer coisa. Por isso digo, se for fazer algum tipo de integração sempre pense além dos papos romanticos que a natureza é rock e se ratiar morre mesmo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mário Quintana - Adoro!!!

CONFISSÃO
Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!

************************************************************************************


O Mapa

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(E nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

Mário Quintana

************************************************************************************

Busca

Subnutrido de beleza, meu cachorro-poema vai farejando poesia em tudo, pois nunca se sabe quanto tesouro andará desperdiçado por aí...
Quanto filhotinho de estrela atirado no lixo!