sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fragmentos

Antes era angústia, agora não sei dizer... Nunca sei do presente a não ser, como parte de um todo: a totalidade abrange um período muito mais amplo. O que sei do presente são fragmentos, o que sei do passado são fragmentos, conexões que  se estabelecem num decorrer de um período onde o tudo vai se estruturando aos poucos, às fatias... Tenho razão em sempre dizer que do futuro nada sei, bem porque não sei e nem ninguém sabe. Há profetas, mas haverão realmente profecias?  Continua...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Primavera estação 35

Hoje eu decidi que iria ficar triste, que embora estivesse trabalhando com minhas múltiplas personalidades todas ao mesmo tempo, a que estaria ligada minha mente seria a da minha tristeza, eu destinei esse dia a ser secretamente triste e meu. Cuidei de cada detalhe, para que ninguém percebesse o que se passava dentro do meu dia. Porque eu resolvi fazer isso? Porque sim, porque eu sou louca é uma resposta bem simples e não estaria totalmente incorreta dependendo de quem vê. Resolvi passar esse dia triste porque por causa do medo da tristeza muita besteira eu já fiz. A cada ameaça real de que ela viria eu me submetia e assim achava que preenchia ou superava algo, mas eu só adiava; a tristeza sempre acabou por vir, por mais tempo que levasse ela acabava por vir, um dia chega ela e deu. Fim da história. Medo é um sinal de que algo deve ser reconsiderado, revisto, não me refiro a fuga, mas a revisão. Medo é sinal de dúvida. Dúvida é sinal de estranheza, aquela que nos leva a sentir que ha algo no mínimo que precisa ser re-visto, questionado. Fiz revisões na minha vida porque me vi com medo da tristeza. E senti que ela estava com os dias contados para vir e que por mais que eu pudesse, me submeter e me enganar ela implacavelmente viria e o que me faltava era justamente isso. Saber que na vida não é tudo alegria sempre, mesmo que isso seja bom e o que queremos o tempo todo. Mas entre o que queremos e a realidade existe um abismo, como se negar a notá-lo? Quem se nega a notar é parte já do abismo. Todas as vezes que eu tive medo da tristeza e não olhei com mais atenção eu acabei por não ver o abismo. Você pode ficar triste por dois motivos:

1 Fingir que não viu o abismo, se submeter, tentar transpor e cair, não por si mas pelo abismo que por imprudência ou ingenuidade você ignorou e tentou transpor no vácuo. Medo da tristeza sente-se sempre é o momento da análise.

2 Identificar o abismo, apontá-lo e aceitar sem medo a tristeza enquanto não se constroem pontes.

sábado, 15 de outubro de 2011

Olhando para o que importa

Para entender a história abaixo é necessário que eu me apresente melhor, que eu escreva aqui o que faço com mais detalhes. Bem, sou estudante de licenciatura, estou cursando o segundo semestre e tenho muito que aprender. Ainda não posso dizer que sou professora, pois nunca tive experiência em sala de aula... Um dia em aula uma colega que já leciona, disse que quando começam as aulas é uma alegria, todos os alunos estão muito felizes, com olhos brilhantes, mochilas, tênis, material tudo novinho e que no decorrer do ano o brilho do olhar deles vai se apagando e desbotando junto com o colorido das suas mochilas e que ela não entende porque isso acontece. Fiquei com essa pergunta me martelando a cabeça por dias, pois quero ser professora, mas não quero passar por isso e fui mais longe acredito que ninguém queira, nenhum professor e nenhum aluno, nenhum ser humano quer começar o ano feliz e acabar infeliz, desbotado.  Mas então o que acontece? Dias pensando em qual era a relação dessas crianças, com suas mochilas expostas ao tempo, ao período letivo. No começo do período as mochilas são novas e durante o ano vão se desbotando, pois são coisas perecíveis, coisas sem vida, coisas de carregar coisas apenas. As crianças estão felizes porque as mochilas estão novas e vão se apagando porque as mochilas ficaram velhas. Mas porque?  Para entender melhor imagine-se um milionário excêntrico que perde sua fortuna no decorrer do ano. Mas porque? Porque somos condicionados a dar valor a essas coisas, a valores invertidos. Porque na segunda quinzena de fevereiro começam as "campanhas volta às aulas" nas tevês, nos rádios, no panfleto na esquina, no outdoor da avenida, nas redes sociais, todos de mochilas novas, todos indo pra aula, numa cena que termina bem onde começamos no primeiro dia de aula, sim toda a produção é para um único dia e o glamour vai diminuindo. Mas o que fazer? O que temos além de mochilas que vão ficando velhas? Senhores, temos crianças, temos jovens, que são vivos, que possuem o dom de ter olhos brilhantes e isso é maravilhoso. Se pudéssemos fazê-los olharem para si mesmos como olham para suas mochilas, se pudéssemos fazê-los se sentir felizes e renovados a cada dia, durante o ano todo? Acredito que podemos. Está nas nossas mãos direcionar o olhar ao que realmente importa, ajustar os valores das coisas... Uma mochila não consegue manter a sua cor durante muito tempo, mas um humano consegue fazer coisas maravilhosas, todos os dias. Se olharmos para o que importa vamos ter e ver olhos brilhando o ano inteiro. Tenho fé!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O Direito ao Delírio (Eduardo Galeano)

Que tal se delirarmos um pouquinho? Que acham se fixarmos nossos olhos, mais além da infâmia para imaginar outro mundo possível?
O ar estará limpo de todo veneno que não venha dos medos humanos e das humanas paixões;
Nas ruas, os carros serão esmagados pelos cães, as pessoas não serão dirigidas pelos carros,
Nem serão programadas pelo computador, nem serão compradas pelos supermercados, nem serão também assistidas pela TV. A TV deixará de ser o membro mais importante da família
E será tratada como o ferro de passar ou a maquina de lavar roupa.
Será incorporado aos códigos penais, o crime de estupides para aqueles que o cometem por viver para ter ou para ganhar, ao invés de viver para viver simplesmente, assim como canta o pássaro sem saber que canta e como brinca a criança sem saber que brinca.
Em nenhum país irão prender os rapazes que se negam a cumprir o serviço militar, senão aqueles que queiram servi-lo.
Ninguém viverá para trabalhar, mas todos nós trabalharemos para viver,
Os economistas não chamarão mais o nível de vida o nível de consumo e nem chamarão de qualidade de vida as quantidades de coisas.
Os cozinheiros não acreditarão que as lagostas adoram serem fervidas vivas;
Os historiadores não acreditarão que os países adoram serem invadidos;
Os políticos não crerão que os pobres adoram comer promessas;
A solenidade deixará de acreditar que é uma virtude;
E ninguém, ninguém levará a sério alguém que não seja capaz de tirar sarro de si mesmo;
A morte e o dinheiro perderão seus mágicos poderes, e nem por falecimento, nem por fortuna se tornará o canalha em um virtuoso cavaleiro.
A comida não será uma mercadoria, nem a comunicação um negócio,
Porque a comida e a comunicação são direitos humanos;
Ninguém morrerá de fome, porque ninguém morrerá de indigestão;
As crianças de rua não serão tratadas como se fossem lixo, porque não existirá crianças de rua;
As crianças ricas não serão tratadas como se fossem dinheiro, porque não haverá crianças ricas;
A educação não será privilégio daqueles que possam pagá-la; e a polícia não será a maldição de quem não possa comprá-la.
A justiça e a liberdade, irmãs siamesas condenadas a viver separadas, novamente juntas, bem grudadinhas, costas com costas...
Na Argentina as loucas da ”Praça de Maio”, serão um exemplo de saúde mental, porque elas se negaram a esquecer nos tempos da amnésia obrigatória.
A santa mãe igreja corrigirá algumas erratas das escritas de Moisés, e o sexto mandamento mandará festejar o corpo. A igreja também realizará outro mandamento que Deus havia esquecido:
“Amarás a natureza, da qual fazes parte”.
Serão reflorestados os desertos do mundo e os desertos da alma;
Os desesperados serão esperados e os perdidos serão encontrados, porque eles são os que se desesperaram de muito, muito esperar e eles se perderam de muito, muito procurar.
Seremos compatriotas e contemporâneos de todos os que tenham vontade de beleza e vontade de justiça, tenham nascido; quando tenham nascido e tenham vivido; onde tenham vivido, sem que importem nenhum pouquinho as fronteiras do mapa e nem do tempo;
Seremos imperfeitos, porque a perfeição continuará sendo o chato privilégio dos deuses.
Mas neste mundo trapalhão e fodido seremos capazes de viver cada dia como se fosse o primeiro e cada noite como se fosse a última.

sábado, 8 de outubro de 2011

Fuga

É notório que existem pessoas que gostam de ser enganadas e todas pagam um alto preço pra isso, pois não querem ser enganadas por qualquer um. É preciso que saiba enganar direitinho e com classe pois a vaidade humana exige um certo requinte. Não entendo o medo de certas pessoas quanto ao verdadeiro, ao latente, o horror a sangue fervendo, feridas abertas, tempo passando, sentimentos aflorando, decisões,  mudanças, tudo acontecendo ao mesmo tempo sem parar... Isso é a vida: um vulcão em erupção, é terremoto, é movimento é transição...  Não adianta fingir que nada acontece, se acontece. Não adianta fingir que tudo sempre é igual se as coisas mudam pelo menos umas cinco vezes por dia. Não adianta fingir e nem se aliar com quem te convença pra tentar criar uma realidade mais plausível, a que te foi ensinada: aquele velho paradigma do bom e o mau e a perfeita descrição que trazes de quem deveria te casar e te relacionar. Alguém alguma vez já te disse a quem deves amar?  Porque será que somos atraídos pelo diferente então, senhores? Porque diante de uma pessoa 'não aconselhável" vos comportais tal qual à frente de uma irresistível guloseima? (...)  E então descobre-se além do rótulo uma imagem bela, capaz de fazer refletir, capaz de atormentar, de sacudir, de abalar as estruturas e faz-se a possibilidade de libertação do ser, o sinal, o momento da decisão. O momento da clareza onde se escolhe se continua com os olhos abertos ou se mergulha de vez na teatralidade da vida....
Em terras do "finge que me ama que eu finjo que acredito" penso que as pessoas não devem pensar seriamente  sobre si mesmas, pois o que mais importa são as aparências, o próprio paradigma!  

Pessoas Comuns

Quando me apresentaram  Jovin eu já o tinha visto no ônibus e o que me chamava atenção era o conjunto de baixinho, cabeçudo mais bermuda, tênis vermelho, camiseta e casaco de paletó... Excêntrico, talvez, nem pude pensar direito e a minha amiga Laise me apresentou o sujeito como namorado, ninguém é perfeito.
Isso a mais de dez anos atrás, digo dez porque foi o tempo que namoraram. O namoro deles durou esse tempo mas nunca conseguiram colocar em pratica nenhum objetivo, como se entender, porque na verdade, na verdade Laise era lésbica e Jovin nunca sonhou, mas acabou sendo trocado por uma menina. Jovin cai nas drogas, confirmando as teorias do pai de Laise, que nunca acreditou no futuro do rapaz!
 Depois disso via a Laise sempre por acaso pelas estações de trem, ela se tornou cabeleireira, está sempre muito apressada, desistiu de morar com os pais, nunca terminou os estudos, é espirita,  frequenta uns lances de budismo, usa roupas estranhas, fuma cigarro escondida e tingiu seu cabelo de preto ...   Jovin eu via pelos bares, bebendo, depressivo, falando merda e sendo demitido de três em três meses...  

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Estação Primavera

Estou em pleno romance,  de bem com as cores da estação, que me trouxe ao mundo, com esses dias ensolarados, pássaros cantando e a felicidade ao meu redor... Tenho prazer de sair ao sol, de acariciar meus bichinhos companheiros, de vê-los alegres e cheios de vida em meio a todas essas cores...

Sentar ao sol e visitar memórias de ontem, de anteontem e as de logo mais... Memórias de um tropeço, de um bico de passarinho, de um menino muito travesso que também é beija flor ... Ficar a tarde toda produzindo suspiros, pensando em coisas cheias de calor... Enquanto a vida não pára ...


  "O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,

mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Transmutação



"A sujeição que na juventude e na idade madura nos penetra no coração e no espírito, o mau uso e a sufocação que impõe às nossas energias mais nobres, dão-nos um maravilhoso sentimento do valor que temos quando conseguimos apesar de tudo realizar os nossos melhores desejos."

Friedrich Holderlin

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O Essencial - Rubens Alves

Contei meus anos e descobri
Que terei menos tempo para viver do que já tive até agora....
Tenho muito mais passado do que futuro...
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas...
As primeiras, ele chupou displicentemente...
Mas, percebendo que faltam poucas, rói o caroço...

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades...
Inquieto-me com os invejosos tentando destruir quem eles admiram.
Cobiçando seus lugares, talento e sorte...
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas
As pessoas não debatem conteúdo, apenas rótulos...
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos...
Quero a essência.... Minha alma tem pressa....
Sem muitas jabuticabas na bacia
Quero viver ao lado de gente humana...muito humana...
Que não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade....

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Discordar

Não concordar com algo, não significa sempre que não foi compreendido.  Entende-se mas não concorda-se mesmo!  É preciso saber reagir com maturidade e inteligência diante da discordância em algum ponto de vista. Ninguém gosta de ser contrariado, e talvez seja por isso que o ser humano tenha problemas em lidar com opiniões que diferem muito das suas, porque lhe soam como criticas e por isso desagrada, pois gostamos e esperamos mesmo é elogio.   Não se precisa mudar de opinião diante de uma crítica, de uma discordância é só ficar tranquilo e manter  a opinião - E se realmente precisar mudar de opinião? Ah, isso depende do ponto de vista. Chegamos ao ponto G do assunto de hoje:  Como disse ninguém quer ser contrariado isso é comum a todos, mas a forma que lidamos com isso é o que faz toda a diferença.  Diante de uma crítica presto atenção,  certifico-me de ter entendido e com toda sinceridade se eu chegar a conclusão que preciso mudar meu ponto de vista eu vou mudar, está tudo bem  - E se eu chegar a conclusão que não, tudo bem também, vou expor meu ponto de vista de forma clara e continuar com ele. Encaro alguém que não concorda comigo, apenas como alguém que tem uma outra visão e não como um terrível inimigo que me odeia, "só porque não concorda comigo",  a quem eu tenho que derrotar para enfiar-lhe garganta abaixo minha opinião.
Ninguém gosta de ser contrariado mas ninguém é obrigado a concordar com a gente.  AMÉM!




domingo, 28 de agosto de 2011

Falta do que fazer

Existem pessoas que não conseguem ter um bom humor e uma vida social apartada dos seus problemas e chamam de hipócritas quem consegue separar o joio do trigo. Irmãos! Quem causou todos os problemas de vossas vidas? Fostes vos mesmos, Caríssimos! Porque o resto do mundo precisa conhecer a nossa carranca? Minha carranca eu deixo pra quem merece, para o meu espelho, onde eu posso olhar bem dentro dos olhos dela e pensar na vida!  Dizem que o pensamento e foco na própria vida é falta do que fazer, porque elas sabem o que fazer - apontar o outro e é nisso que gastam seu tempo, como amputados de vida própria.  Assim elas se sentem mais confortáveis, falam de ganhar e perder, de amizade, se perdem  na sua própria trama... Se conselho fosse bom, se vendia!

Padrão onde não tem padrão

O que tem as pessoas que a gente se apaixona que as demais não tem?
 Pensei um pouco, fiz um levantamento ... E olha já me apaixonei com a mesma intensidade por caras carecas, cabeludos, lindos, feios, altos, baixos, gordos, magros... Com filho, sem filho, ricos, pobres, inteligentes, burros ... Ciumentos, malucos, certinhos, ...
Enfim se for querer traçar um perfil de aparência, temperamento, gosto musical, etc, não vamos encontrar nenhum padrão, mas mesmo assim podemos ir à descoberta, por exclusão desta hipótese.
Nada tem a ver essas coisas, tudo tem a ver com quem somos enquanto estamos perto dessas pessoas e é ai que está o núcleo da questão, então é preciso  reformular a pergunta:
Porque me sinto assim perto desta pessoa e não perto das demais?  É porque esta olha pra dentro de mim e não se assusta com o que vê! É  isso que elas tem.

domingo, 21 de agosto de 2011

Imagem Humana

É muito mais interessante construir uma imagem e a mostrar através da descrição de um outro, do que se fizesse uma simples reprodução de seus próprios traços.  Assim constrói-se uma imagem nem bela demais, muito menos privilegiada demais.  A confrontação com o "outro", permite, por um jogo de espelhos, pintar um retrato de si mesmo, muito mais coerente e pleno; somente a mediação pelo outro permite essa auto expressão tão segura de si mesmo. Ao contrário somos inseguros e por isso  bem menos interessantes do que pintamos.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Flash

Em dias cinza eu também fico cinza e quando se tem essa cor acaba ficando tudo num mesmo tom gelado e igual que pouco importa se com chuva ou sem chuva contando que seja cinza...   Mas ainda bem que enquanto uns estão quase que desprovidos de cor outros explodem em aquarelas, dizem que a chuva é passageira e o tempo não para enquanto chove. Boa! Saio ainda em preto e branco atrás desse tempo que corre louco, minhas cores desenvolvo no caminho, aos poucos eu vou soltando umas risadas, aos poucos tudo começa a fluir e quem eu sou? Não sei, mas já me sinto em cores no desenvolver da história ...

Second Life

Estava nadando a muito tempo e avistou uma ilha, nadou ate lá  e quando saiu da agua percebeu que estava nua, sem cabelos e com a pele escura. Começou a andar e não havia ninguém por perto, ficou observando algum tempo e viu que as coisas começavam a se formar, uma arvore aqui, umas paredes ali, um jardim acolá. .... Continua andando e de repente seu corpo nu se transforma em uma luz flutuante que continua indo, olhando para todos os lados... Então volta a se transformar em forma humana sem cabelos e de sari, sapatos amarelos e pulseiras coloridas ...

The end

domingo, 31 de julho de 2011

Palavras ao vento

O barulho do aquecedor é menos ruim que o frio do seu silencio.
                            Com a luz apagada vejo os caminhos da fumaça no ar.
                                             Não quero escutar música, nem esse aquecedor, desligo, prefiro o frio e de presente percebo o barulho do vento.
                                                             Está assim: as vezes fica tudo em silêncio, algum cachorro late e um carro passa ao longe, aos poucos o barulho das folhas vão tomando conta,
                                                                                    o vento açoita as árvores e não se importa em poupar-lhe os galhos que são carregados e passam batendo pelo telhado.
                                                                                                               O sino de vento me traduz uma saudade que um dia acho que terei, de  momentos felizes em que tudo está em perfeito equilíbrio ...                                
                                                                 Outro silêncio, outro açoite,
                                                                                                           outro cigarro
                                                                                            e assim vai indo ...            

                                 Não gosto de televisão, pois ela me empurra uma vida real vencida,
                                                                                                                                         resumida,
                                                                                                      cortada,        editada e pronta.
               Eu sei pensar, vejo a vida real com meus olhos reais ...  Minha televisão é muito útil,
mas não a uso  para olhar, uso-a para guardar  maquiagens...
                                                                                            Penso em dar uma volta neste texto ...                                                                                                                          
Meu gato é preto não consigo vê-lo no escuro acendo rapidamente o isqueiro e ele esta me olhando fixamente, o que
                         será que
                                      ele
                                            pensa?              
 
       Os cães estão agitados, os açoites as vezes são bem violentos, eu também fiquei agitada, com medo, acendi a luz...                                                                      
                     
         Agora já passou o medo, apaguei a luz, como se ela acesa me desse alguma garantia
                                     ou apagada me levasse de volta ao anonimato...
                                                       

terça-feira, 26 de julho de 2011

Amores guardados

Eu ainda me apaixono, mas hoje já sei de que forma nascem e morrem as relações.
Quando alguém está apaixonado cuida,  presta atenção aos detalhes, as manias mais disfarçadas.
Observa a pessoa e todos os seus gestos, todas as suas caras, seus tons de vós, seus olhares, suas intenções. Sabe que o silêncio vale, e as vezes até precisa de uma atenção especial.  Adivinha um telefonema e antes, sabe o que o outro quer fazer e como um gênio da lâmpada aparece só que do nada e realiza o desejo só pelo sorriso, só pela dedicação, só por satisfazer e tem prazer só em proporcionar.  Quem está apaixonado descobre como o outro funciona só para poder agradar ... Quem esta apaixonado, vem chegando devagar, precisa enfeitiçar, está enfeitiçado e é ingênuo a ponto de nem se saber feiticeiro ... Quem está apaixonado passa um ou dois dias longe só pra não incomodar a presença física nunca é dispensável quando que para o apaixonado na lembrança a figura é sempre presente...
Me apaixono sim devo admitir, mas acho que o tempo tem muito a dizer a respeito de tudo ... Não que eu não sinta, nem viva ... Eu vivo, mas com a calma e o cuidado que todo apaixonado deve ter, eu guardo esses afetos como sementes em meu coração e só o tempo irá dizer se germinarão se transformando em um amor maior, ou em amores mofados que eu gosto de colecionar ...

sábado, 23 de julho de 2011

Quem somos Nós



 Os Homo neanderthalensis não eram nossos ancestrais entraram em processo de extinção provavelmente logo após terem entrado em contato com o Homo sapiens (nós).  É uma espécie parecida com o homo sapiens, possivelmente originário do homo-erectus (africa) que se adaptou e viveu na Europa e partes do norte ásia. De estatura baixa 1,6 metros de altura, peso aproximadamente 80 quilos. Sua estrutura mental se classifica a partir da cultura deixada, entre a fase dois e três de desenvolvimento, possuíam todas as inteligências especializadas: social, geral, naturalista, técnica e linguística mas todas funcionando de forma distinta. Pra ficar mais fácil de entender eles tinham a mesma capacidade mental de uma criança entre três e cinco anos. Só o homo sapiens (nós) desenvolveu mentes onde estas inteligências especializadas trabalham juntas com fluxo de conhecimento e idéias entre diferentes domínios comportamentais.
Há aproximadamente 35 mil anos atrás o Homo sapiens chegou a Europa vindo da Ásia, no começo havia uma coexistência pacífica até benéfica para os Homens Neandertais, que estavam aprendendo com o Homo sapiens, suas ferramentas estavam pela primeira vez sofrendo bruscas modificações, os Homens Neandertais estavam fazendo  ferramentas feitas de ossos, chifres e dentes, começaram até a fabricar adornos para vestimentas (tudo isso copiando o Homo sapiens) , mas com o tempo a coisa começou a mudar, mais e mais Homo sapiens chegavam a Europa, isso começou a gerar conflitos e os Homo sapiens devido a sua inteligência tinham armas mais sofisticadas que os Homens de Neandertal,  tem-se inicio o processo de extinção dos Homens Neandertais, que há aproximadamente 27 mil anos atrás entraram em extinção. Também podemos atribuir sua extinção ao clima que antes era frio o qual o Homem de Neandertal estava plenamente adaptado começa a esquentar e junto com o frio vai-se parte da caça, surgem novos desafios, transformações na natureza...  Eles não conseguiram se adaptar e o Homo Sapiens hoje reina nessa Terra!

Homo Sapiens (nós) e os Homens de Neandertal são espécies distintas apesar de terem coexistido e haver a possibilidade de terem se relacionado sexualmente só seria possível gerar seres híbridos ou seja estéreis sem a capacidade de se reproduzir.



quarta-feira, 20 de julho de 2011

Alice

No lugar da boca uma rosa vermelho-rubi, no cigarro entre meus dedos a brasa se abre em flor incandescente...
De dentro da margarida sai o vento que aquece o miolo desta flor macia em que me deleito. O vento bate suave em meu rosto, onde desabrocham tímidas flores do campo, pequenas margaridas que dançam na mesma direção... A cada toque no teclado como pipocas, saltam mais margaridas pelo ambiente ... Elas não param surgir e estão todas suspensas  por ai ...  Sinto saudades de Margarida!

Rascunho - Eu

Cortei os cabelos, estou usando um perfume que tem um cheiro que eu gostei de sentir, que é o cheiro que eu gostaria de ter, que perfuma meus momentos pela vida, todas as minhas lembranças terão esse cheiro...
Meu cabelo comprido era mais bonito e eu ficava bonita com ele, mas não quero tanta beleza, assim, mais curto e as vezes alinhado, as vezes desalinhado e rebelde é mais parecido comigo... É também simples e prático. Bonito? Eu gosto muito ele é espirituoso, tem alma, fala de mim coisas que só os olhos mais atentos poderão observar. Tudo em mim fala, tudo em mim diz alguma coisa o meu universo fala, tudo que está ao meu redor ... O meu mundo fala tanta coisa, fala de rock, fala de fé, fala de amor, fala de paz, fala de alegria, de abraços, fala de filhos, de crescimento espiritual, de almoços, de jantas, de cachorro, de gatos, de trabalho, de viver, de construir, de fazer o que se gosta, de ser feliz, de sempre fazer o que manda o coração e as vezes ate se surpreender com as coisas que ele não manda fazer...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Então ...

Observo a
chama
vertical
de base
azul,
pequena
salamandra
a dançar...


Vivo em alta velocidade,
contudo, assim é que se apresenta!
Escrevo sempre o que sinto,
Não sinto sempre as mesmas coisas!
De
vez
enquanto
me
contradigo, atire a primeira pedra quem nunca o fez.

A vida é contradição, é decisão, é indecisão, é caminhada incessante, é busca incessante, enquanto tudo que tem que acontecer entre o começo e o fim acontece, levo fé no ingrediente surpresa o tal destino. Enquanto isso a vida é o que passa na nossa cabeça, somos apenas nossos atos e pensamentos, somos o fruto da nossa própria caminhada, transmutação.
A grande moral do mundo é que ele é ilusório e desvia o nosso olhar do simples, do óbvio, real e comprovado que é a morte. Todos sabem que vão morrer, mas não vivem para morrer, vivem como se não fossem morrer nunca. O tempo nesse exato momento passa e cada vez mais e se aproxima a hora... E as ampulhetas de todos estão se esvaziando... Tiro os olhos do mundo, olho pra dentro de mim e saio correndo ao encontro do que importa, ao encontro do que me faz feliz, ao encontro das pessoas que mais gosto, as que eu conheço e as que eu ainda não conheço, saio correndo querendo conhecer cada irmão, cada pedaço possível desde lugar, correndo atras de cada por de sol, de cada estrela, de cada madrugada, de cada precipício, pois pra mim esse mundo foi todo feito pra gente aprender a se olhar, se amar, se encontrar, se perder, pra ensinar pra aprender, pra conseguir se integrar, se harmonizar consigo mesmo e com seu irmão, encontrar seu o amor, encontrar a sua paz junto dos seus, é lindo demais... Boa noite!

Friedrich Nietzsche - Ele sabe tudo!

A Passagem

Com as pessoas que tem pudor dos seus sentimentos é preciso saber dissimular; elas tem um ódio repentino de quem as surpreende em flagrante delito de ternura, de entusiasmo ou de nobreza como se tivessem violado seu santuário secreto. Se quiserem lhe fazer bem nesse momento, faça-as rir ou trate de lhes sugerir, brincando, alguma fria maldade: o seu humor gela e elas recuperam o autodomínio. Mas dou a moral antes de contar a história. Estivemos uma vez um perto do outro e nada parecia entravar a nossa amizade, a nossa fraternidade; só havia entre nós uma estreita passagem a transpor. Exatamente quando você ia colocar aí o pé, perguntei-lhe "Quer passar e vir para mim?" Mas nessa altura não quis, e quando voltei fazer o meu pedido, se calou. A partir de então lançaram-se entre nós montes e torrentes, tudo o que separa e torna estranho um ao outro, de tal modo que não poderíamos voltar a nos unir ainda que quiséssemos! E quando hoje, você pensa naquela pequena passagem, não encontra mais nada a dizer: só lhe nascem soluços e espanto.


As Pontes

Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar,para atravessar o rio da vida;- ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o"


(Friedrich Nietzsche)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

No Divã

Minha vontade é de falar contigo, mas o que dizer diante alguém à quem já se disse tudo? Penso em ti todos os dias de uma forma ou de outra, acho suas mãos feias e sempre te encontro pelos não lugares, ultimamente não mais... É estranho, não posso dizer que sinto vontade de falar pois não tenho nada a dizer e também não posso dizer que tenho saudade pois te ver pra mim e pra ti é fato puramente visual mesmo e isso não deveria alterar a vida de ninguém, não mereceriam linhas talvez ... Mas me pego escrevendo e com vontade de falar contigo mas não sei o que e sei que eu não quero falar contigo, mas e essa vontade? Será que tenho algo a dizer e não admito, será que tem coisas que eu ainda não disse? Passam-se os dias, os meses e os anos eu sempre fazendo a minha seguindo de encontro com a vida, me atirando de todos os abismos que tenho a oportunidade e penso que uma hora tu vai sumir numa nuvem de fumaça e silenciosamente tu permanece também fazendo a tua do teu jeito. Olho para minha vida e vejo que temos vidas muito diferentes nada em comum, ... e então me pego de surpresa descaradamente aos beijos contigo em algum pensamento... Porquê isso acontece, será isso que faltava eu dizer? Não quero me exorcizar, nem me livrar de ti, afinal somos livres um do outro... Mas esse é o fato que mais chama atenção, eu não tenho nem o que falar contigo, mas eu quero. E quando eu penso o quanto agradável foi e o quanto desagradável e cheio de lacunas impiedosas de silêncios que pode ser, ... Lacunas surgirão das nossas certezas, olhares para o chão, olhares em todas as direções e as palavras? Não temos o que dizer. Eu sou livre de ti, tu és livre de mim... Ficamos nos olhando de lados opostos da ponte ...

domingo, 17 de julho de 2011

Não me Peçam Razões

Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.

José Saramago

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Refresco

A rainha levanta-se do seu trono em busca do felino, vai até porta chama, chama e nada. Ela então gentilmente bate a porta girando a chave de um modo que dava para perceber que só seria aberta de novo ao amanhecer e quem entrou, entrou. Volta a sentar-se em seu trono olha ao redor e sente-se muito feliz, tudo em seu devido lugar, com seu charme, sua simpatia e personalidade aflorando pelas paredes... Ela percebe que falta escrever algumas palavras com letras coloridas que transmitam boas energias e que remetam a bons sentimentos, isso é muito bom, linguagem visual no palácio na rainha. Então ela decide vai dormir na noite de ontem a rainha entrou num barato total, ela não consegue ser menos, eufórica, feliz, não consegue esconder a alegria começa a crescer e vai se explodindo, se explodindo e daqui a pouco é ataque cardíaco. O coração da rainha esta muito feliz e descompassado, precisa de compasso, precisa bater mais devagar, e o cigarro é um plus deixa ele mais loco, agitado... Sim, sim, culpemos o cigarro a rainha que o diga, eu acho que a origem é bem outra, a rainha vive uma vida muito intensa, ela é cheia de sentimentos e eles são desproporcionalmente maiores, o inverso da sua franzina estrutura corporal. E o cigarro? Ah sim, o cigarro é um plus, infelizmente o médico e a rainha tem razão!
Mas de médico e louco, todos temos um pouco. Arrrgh voltei essa rainha é uma chata verdadeira reab, mas o que eu vou fazer, pelo menos não vou deixar ela emporcalhar meu texto. Selvageria! Eu faço tudo para não ser ela eu sou o inverso, eu sou a parte punk do corte do cabelo da rainha, eu sou suas unhas pintadas de azul, sou suas borboletas, suas flores, sou eu quem vejo tudo. Quando eu tinha sete anos eu ia junto com a minha vó no médico e ele sempre dizia pra ela que ela tinha a maneira de se comportar, seus gestos, seu andar, seus ares eram de uma rainha... Eu achei isso lindo... A rainha entranhou em mim, toda sua luz, seu magnetismo, sua energia boa, seus finos gestos, misturados a minha essência, uma segunda Alice só que no pais das maravilhas... Ouvi um galo cantar. Esquizofrênica, eu? Só falei pouco da rainha e um pouco de mim e tem ainda todas as outras... Boa noite! E o gato ficou na rua.

O Impossível

Tem aquele ditado do cara que não sabia que era impossível foi lá e fez. Então, quando acho que já vi de tudo que melhor impossível, aparece um cara desses e vai além. Quando eu pensava que loucura era chegar em casa e ter alguém sentado me esperando na calçada desde sabe-se lá que horas, chego em casa e fico sabendo que o cara do ditado veio aqui, convenceu minha mãe que poderia ter acontecido algo, pois não atendia o telefone e entrou na minha casa para verificar se eu não tava morta pegou meu telefone ligou pra mãe da minha amiga, deu comida para o meu gato, pediu que a minha mãe desse notícias. Confesso que fiquei chocada! Catei a cópia da chave, minha mãe também foi além da imaginação. Quando penso que me surpreendem, mas não me assustam leio páginas alucinógenas escritas pelo carinha do ditado e fico pensando, se não fosse tão poético talvez o pica-pau devesse avisar a polícia. Segue trecho...
" O fato é que viciei-me em você. Pelos fatos lidos e não ocorridos, pois não os lembro, pareço ter te anotar por muito tempo. Estranho é não ter uma sequência datada. Eu que, acho, sou metódico, não coloquei datas. Não sei quantas horas fiquei te anotando por dia. Meus almoços surgem nas suas anotações, parecendo uma sequência de três em três horas, é como se necessitasse, como uma sobremesa, te anotar. Como se depois de meu almoço viesse a melhor parte: a sobremesa, então, a melhor parte da melhor parte: Anotar-te. Posso te anotar até que a caneta acabe. E quando acabar, rasgarei a ponta do meu dedo, dizem que essas canetas escrevem quilômetros, pelos meus cálculos acredito que já te escrevi vários ..." Que viagem! Tricopicopata!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Desassossego

Nada interessante para fazer, o frio está deixando tenso todos os lugares e principalmente os não lugares, nossa, que frio na parada, no ônibus, as não pessoas cheias de não assuntos ... E eu cá comigo mesma tentando entender o que escrevi e só consigo adiantar que disse que "a Grécia sim, aham, a Grécia foi a luz, que os romanos copiaram e foram além porque eram mais obstinados, mais espertos e por isso ficaram tão famosos." Ricos e famosos! Boa, e a pergunta nem era essa. Muito bem, na pior das hipóteses revejo professora Marília semestre que vem para entender qual é o barato da rainha...
Não gosto de vinho nem do frio mas sei bem o valor que tem isso tudo, esse clima, só para nós e os europeus... Esse ano ainda não comi pinhão e todos os dias penso nisso... E o vinho? Claro, o vinho tá aqui acabo de repor o copo, poderia escrever taça mas não é. E quando falei "acabo de repor o copo" eu menti na verdade nesse momento percebi que estava vazio e depois que o enchi novamente, depois de escrever aquilo e antes de escrever isso. Eu minto as vezes, mas não acho isso bonito... Fico olhando aqui para o nada e pensando, maquinando ... Já deixei de discutir, tentar convencer, argumentar mas as pessoas esperam que eu tente as convencer de algo, eu fora! Estou cem por cento fora. Quero ser feliz, quero recíproca verdadeira, não quero ficar idolatrando ninguém, perseguindo ninguém, lavando louça pra ninguém, falando pra ninguém ... Eu quero papo reto, to fora das danças de acasalamento, dos romances de aparências... Eu não sou atriz, não estou a toa sei muito bem onde quero chegar. Preciso parar de fumar, preciso parar de fumar, como comer pinhão isso não me sai da cabeça! Esses, depois de sexta juntamente com a professora Marilia ou não, serão meus únicos problemas a demais tudo certo amigo terráqueos... Cath a fire na Babillônia!

terça-feira, 5 de julho de 2011

O Semelhante

Aquele papo que os opostos se atraem pode até ser verdadeiro em se tratando da realidade de alguns, mas amigos pensemos bem, porque os opostos se atraem?
Sim, isso não sei... Ah dai entra aquele outro papo que é porque um aprende com o outro, como na corrente elétrica precisamos do positivo e o negativo, sim, sim, mas veja bem: Analisei minhas experiências e isso é tão bem na teoria, mas nada confortável na prática! Coitados dos opostos, como o próprio nome já diz, ali já começam sendo "opostos" com a dura tarefa de se aturarem e de alternarem suas cargas, numa disputa por direitos, vontades, interesses e muito tempo com convencimentos. Não seria menos doentio encararmos que não precisamos entrar nesta luta, que podemos sair dessa paranóia, procurando ao invés do nosso oposto o nosso semelhante? Claro que dois seres nunca pensarão igual, mas o mais semelhante possível, com diferenças sutis, que venham a se entranhar e se tornar uma coisa só, por ser homogênea, sem que aja disputa e sim soma, troca de idéias para uma evolução, uma elevação pois é a soma de dois e não de duas partes, é a soma de dois seres completos querendo olhar juntos para um mesmo horizonte, querendo juntos ser mais, querendo o bem um do outro, querendo o crescimento, reconhecendo o outro como seu parceiro como se o que ele faça de bom cause orgulho pois é sua extensão, do seu pensamento, faria o mesmo.
Penso isso, logo volto a realidade a maioria dos opostos que se atraíram que eu conheço, vivem uma relação onde um tenta mandar no outro e controlar e convencer do seu pensamento, das suas mentiras, dos seus medos, das suas doenças; seus traumas de infância. Gente, uma relação amorosa não é terapia e o que estou vendo é isso, dai entram os imaturos pelos maduros. Você caro leitor, que pode ser que seja uma pessoa madura, tem coisa mais chata pra alguém maduro do que alguém imaturo? Difícil mesmo este tema, sendo que não me refiro a idade e sim a sobriedade de espírito... Se emocionar com poemas, querer fazer teatro, querer ir embora para algum lugar lindo, viajar nas guitarras, no baixo, escutando um blues, um rock, um reggae bem tocado ...
Ver o sol se por e a lua nascer sentados em algum penhasco ... Um semelhante que não entenda de corrente elétrica, que conspire em teorias as 04:12 da madrugada, que saiba que o artista é Deus e toda a obra é a natureza da sua criação, que para o bem viver precisa estar em harmonia.

domingo, 3 de julho de 2011

A Verdade ( Pois então )

O que é a verdade, quem a determina? É pior saber ou desconfiar? Quando a realidade tem limites, mas a mente não. A verdade pode se chamar consenso, mas o consenso é formado pela maioria, não que a minoria não tenha também consenso, mas é disso que é formada qualquer verdade o consenso da maioria. A verdade aqui poderia ser outra se o consenso da minoria conseguisse convencer mais componentes tornando-se assim maioria. Tudo muda. E antes disso tem a verdade de cada um que vai vir a formar o consenso gerando outras verdades, *ou não (Caetano). Para certas verdades não há consensos, mas não deixam de ser verdades para quem acredita e luta por elas. Então a verdade é uma questão abstrata. Ela pende e varia de acordo com seus criadores, depende de cada um a existência de uma verdade e vivemos buscando por consensos que justifiquem a nossa verdade tornando-a assim aceitável a nós mesmos através da aprovação do outro a libertação da pré-existência, a verdade consumada... mais ou menos assim, se aprofundar confunde e nem tenho certeza se isso é verdade

Rabisco paixões

As paixões não tem hora para acontecer, nem momento, elas vem chegam e arrasam. Elas não seguem regras, as paixões não pensam, não medem consequências, as paixões falam sozinhas, pairando entre olhares como uma espécie de encantamento. As paixões mesmo não "concretizadas" não deixam de existir, elas não precisam de fatos concretos para acontecer, mesmo que se tente sufocar de uma forma ou outra elas acham uma maneira de se manisfestar, de se estabelecer, de entrar em contado de firmar sua existência, de se mostrar as paixões são indomáveis... As paixões tudo vêem, mas ainda sim são sempre cegas, as paixões embaçam a visão por não quererem ser compreendidas, elas querem ser e simplesmente são sentidas.
As paixões são livres de fato, habitam todos os lugares e até mesmo os não lugares, mudam de rosto ou se multiplicam num mesmo e insistente semblante. As paixões habitam todas as perguntas, por elas muitos sonhos se idealizam, as paixões é que movem as dúvidas e que empurram o ser para um infinito universo de pontos de interrogação, onde somos novamente puros, pura essência mesmo conscientes voltamos a agir com o coração querendo dividir alegrias, dias de sol, dias de chuva, dias bons, dias ruins, querendo se aproximar, querendo, querendo, querendo... Somos barcos a vela perdidos no mar e as paixões o vento que sopra da boca de Deus!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Um não lugar

"Será que o caminho que você escolheu é o caminho da verdade? E do amor? Com fé você busca o caminho do amor. Não deixe a babilônia te dominar, não deixe a babilônia te acorrentar..."
Então, as perguntas continuam... Quando você sabe todas as respostas vem a vida e muda todas as perguntas! pois é, pois é, pois é ...
A babilônia sempre me foi simpática ainda que seja por momentos de pouca duração.
Tenho algo, um n sei o que de loucura um não sei o que de razão, boa postura, um cigas e uma ceva na mão...
Eu gosto de dançar de beber de conversar ... mas pensa numa guria conversadeira, não que eu fale demais é que tenho muito a dizer.
Falemos da babilônia mas sempre recorremos a ela de um modo ou de outro. Orai irmãos!
Boa sei lá Amigos Terráqueos, bem nem sei mais que dia é hoje nem que horas são nesse planeta, sempre quis entender, mas é tudo tão complexo...
E na simples e suave coisa nenhuma me despeço deste não lugar, boa noite, bom dia, mas que seja bom!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Perguntas

Me fazem perguntas que eu fico até sem jeito de responder, me perguntaram se eu to sempre rindo de nervosa, eu relutei para não rir, mas com ar de riso desta vez nervoso, fui honesta e respondi: Não é que eu acho tudo engraçado mesmo e larguei uma risada. Como não rir? As pessoas são cômicas! Nossa, quanto nervosismo! Eu falo bastante e me comunico bem, se estou rindo é porque é engraçado, mas tem coisas que prefiro não exteriorizar, eu só fico rindo.
Não, eu não sou debochada também já me vieram com essa a qual eu respondi com: Isso é realmente muito engraçado! Se eu fosse debochada, debocharia, eu só fico rindo mesmo. Também já superei o pensar, isso não é pecado, mesmo que sirva de subterfúgio para não chorar.
Irônica? Talvez, maldosa não!
Tem o pessoal do bom humor que adora perguntar: Pra que tanto ódio?
Ah, quem nunca sentiu levante a mão e depois pergunte pra mãe o que é uma boa TPM. Minhas mais profundas angustias acorrem nestas estações, sou humana, sou honesta falo o que sinto, digo o que penso.
Quero deixar descritas também minhas tempestades, sejamos honestos, todos temos é da natureza e depois sempre o tempo limpa e o sol volta a brilhar. Veja como a vida funciona é cíclica.
Paz, não existe paz sem guerra, assim como todas as coisas dependem umas das outras, em tudo existe prós e contras, nem em ficção conheci alguém constantemente feliz ou triste. Talvez se não houvesse essa dependência das coisas ai sim poderíamos começar a falar em liberdade!

Mas to de boa! Perguntas?

Escutando Elis, essa mulher!

Ouvi Elis Regina recitando esse poema não sei de quem é, queria que fosse meu ... Acho que é dela!


Agora o braço não é mais o braço
erguido num grito de gol.
Agora o braço é uma linha, um traço,
um rastro espelhado e brilhante.
E todas as figuras são assim:
desenhos de luz, agrupamentos de pontos,
de partículas, um quadro de impulsos,
um processamento de sinais.
E assim - dizem - recontam a vida.
Agora retiram de mim a cobertura de carne,
escorrem todo o sangue, afinam os ossos
em fios luminosos e aí estou
pelo salão, pelas casas, pelas cidades,
parecida comigo.
Um rascunho,
uma forma nebulosa feita de luz e sombra
como uma estrela. Agora eu sou uma estrela.

Vento Ventania

Vento, ventania
Me leve para
As bordas do céu
Pois vou puxar
As barbas de Deus

Vento, ventania
Me leve prá onde
Nasce a chuva
Prá lá de onde
O vento faz a curva...

Me deixe cavalgar
Nos seus desatinos
Nas revoadas
Redemoinhos...

Vento, ventania
Me leve sem destino
Quero juntar-me a você
E carregar
Os balões pro mar

Quero enrolar
As pipas nos fios
Mandar meus beijos
Pelo ar...

Vento, ventania
Me leve prá qualquer lugar
Me leve para
Qualquer canto do mundo
Ásia, europa, américa...

Vento, ventania
Me leve para
Os quatro cantos do mundo
Me leve prá qualquer lugar

Me deixe cavalgar
Nos seus desatinos
Nas revoadas
Redemoinhos...

Vento, ventania
Me leve sem destino
Quero mover
As pás dos moinhos
E abrandar o calor do sol

Quero emaranhar
O cabelo da menina
Mandar meus beijos pelo ar...
Vento, ventania
Me leve sem destino

Quero juntar-me a você
E carregar os balões pro mar
Quero enrolar as pipas nos fios
Mandar meus beijos pelo ar

Vento, ventania
Agora que estou solto na vida
Me leve prá qualquer lugar
Me leve mas não me faça voltar...

(Biquini Cavadão)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Coisas Belas

Chuva fina, chuva!
Não sou poeta, nem atriz
As vezes sou feliz, as vezes não
Ando as voltas cheia de livros,
De dias cinzas e de chão de barro
Volto no tempo visito o passado
E seu mais profundo anseio
Reponho a taça de vinho as 3:59

Penso em algo bonito a dizer
se fosse poeta o teria,
O que vejo é o meu cigarro
Minha taça com desenhos natalinos
Em pleno Junho e quase vazia

Borboletas azuis, flor de lótus
Carpe Diem, escrevo em mim
Sinto falta do sol, chuva fina!
Está cada vez mais difícil tolerar os outros
Nesses dias assim tão molhados

Me desejam paz, me pedem paz
Mas será chuva fina? Será?
Porque julgam que não a tenho?
Pois é chuvinha, sou humana
Tenho reflexos, não vivo
Uma personagem, eu vivo
eu mesmo tripolar, apreciem
Minhas fases

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Informativo

"Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. É um conceito básico nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral."

terça-feira, 21 de junho de 2011

O vento me fala

Faz madrugada e muito vento lá fora
Sinto medo, mas não queria alguém aqui
Queria apenas que o vento parasse
E a mágica se faz no barulho dos sinos

Eu sinto sono mas um anseio por ficar acordada até não mais aguentar é grande.
As vezes não me entendo... E fico um pouco mais.

A solidão não me é um castigo é uma opção no caso de não haver uma companhia de fato agradável, de coração... A falta de pessoas agradáveis, boas e claras de coração é grande. O que mais tem são falsos hippies, falsos rastas, falsos maridos. Todos vem cada um com a sua filosofia e no fim nada tem a ver com a filosofia é somente um personagem e personagem que nem se dão ao luxo de decorar um texto mais convincente, vamos por tópicos:

Falsos Hippie:

O cara é hippie faz toda uma história e tal, chega um belo dia praia acampamento hippie o cara não quer dormir perto de pessoas estranhas, tem medo de ir no mar de noite, tem medo de inseto, manias estranhas, fica falando mal das outros, tratando umas pessoas bem na frente dos outros e pelas costas enchendo o saco, cheio de frescuras querendo arroz branco soltinho com saudade do msn e do play 2.
O hippie que eu saiba tem a filosofia paz e amor, os irmão tudo dormindo junto com os insetos, com a fogueira acesa apreciando a lua e se amando se respeitando. Não tem muita filisofia ser hippie é só isso: Roupa suja, cabelo desgranhado, sem apegos e viva a natureza, o amor a paz!


Falsos Rastas:

O rasta é muito fácil de destruir porque para ser Rastaman não basta ter dreads nos cabelos, fumar maconha e escutar reggae irritantemente sem parar. Para ser rasta o cara deve saber que o verdadeiro rasta não come carne, não vai a festas babilônicas, não bebe, isso em primeiríssimo lugar.
Em segundo lugar o cara deve saber que o Hailé Selassié foi Imperador da Etiópia durante 44 anos, desde 1930 a 1974 quando foi deposto, pois a etiópia passava fome enquanto seu líder, o Jah dos rastas, estava lá sentado no seu palácio rodeado por seus leões de estimação e que nem ele próprio reconhecia os manos da tribo de Jah, pois em visita oficial á Jamaica em 1966 ao se deparar com os milhares de irmãos rastas que o esperavam com seus longos dreads, tambores e os maiores baseados, se recusou a descer do avião, pois nunca acreditou nessa coisa de ser Deus. Para ser rasta tem que acreditar que os judeus não são judeus que o verdadeiros judeus são os negros, e que Jesus é Sellasié ou Deus... É muita imaginação eu juro ainda não conheci nenhum rasta de verdade. O tal livro da Rainha de Sabá e o Rei Davi nem me prestei a ler não conheci um que passasse da fase do princípio desde tópico.




Falsos Maridos também são fáceis de se encontrar eles estão em todos os lugares, mas muito menos onde realmente deveriam estar. O verdadeiro marido ama sua esposa, seus filhos, sua familia. Nas horas vagas de folga do trabalho ou da aula, nos seus momentos de lazer sempre estarão juntos seus filhos ou suas esposas e serão horas de puro deleite, pois é por isso que o verdadeiro marido trabalha e vive. Um marido sem esposa na balada, um marido sem esposa cantando uma estranha, um marido beija outra que não seja sua esposa, um marido transa com outra que não seja sua esposa: Todos falsos maridos. Conheço alguns de verdade que são maridos felizes e tem esposas felizes.


E o vento continua, após tudo isso ...
Eu continuo só e convicta que essa noite vai passar e que vai amanhecer e ainda passarei por muitos falsos personagens, o que há de se fazer? Parar o vento? não dá. Já que as minhas pálpebras superiores estão indo de encontro com as inferiores, me despeço. Boa alta madruga falsos leitores!

domingo, 19 de junho de 2011

Nenhum amor é em vão

Chico Buarque explica:

"Esse amor adiado esse amor que fica pra sempre, essa ideia do amor que existe como algo que pode ser aproveitado mais tarde, que não se desperdiça, que passa o tempo, passam-se milênios e aquele amor vai ficar até debaixo d`água e vai ser usado por outras pessoas. O amor que não foi utilizado porque não foi correspondido então ele fica ímpar, pairando ali esperando que alguém apanhe e que alguém complete a sua função de amor ... "


Futuros Amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

sábado, 11 de junho de 2011

E quando acabar o maluco sou eu

Sempre em toda minha vida desde a infância as pessoas me dizem que eu sou louca por causa da minha forma de pensar, que as minhas conclusões são errôneas aliás, bela palavra! E principalmente nesses momentos por causa da crítica refletia, pensava e ainda penso bem quando me disponho a contradizer algo que é comum a maioria. Ultimamente ando mais pensando do que escrevendo ... Enquanto aqueles que me viram a cara na rua são capazes de dizer que me amam, como? E que talvez eu até ame, logo eu um ser inundado de sentimento. Será que aprenderam a fazer a Sopa Feliz? Adoro uma BOA discussão!

A Gente não incentiva

Nunca mais incentivei nenhum tipo de relação que eu de fato não quisesse. Seja de amizade, de compromisso ou seja de "inimizade", sempre honrei os amigos, valorizei os laços de carinho e fui fiel até mesmo com meus "inimigos" mantendo minha opinião e respeitando a deles. Até ai tudo certo, os problemas começam com a interação dessa minha filosofia com o mundo, pois o mínimo que espero de meu amigo, meu parceiro ou meu inimigo é que ele consiga ser o mesmo que diz ser durante uns quarenta dias, pra começo de conversa. Tá beleza a pessoa se puxa se sai bem "congratulations" dai sim, fico mais atenta ainda ao discurso e daqui a pouco o próprio discurso e o dito em fim já não se harmonizam mais ou se harmonizam muito bem = decepção = castração = nada mais a declarar. E dai de repente aquele repúdio da prévia suposição, se materializa: Essa pessoa não é o que diz e sem nenhum motivo aparente ela se mostra com atitudes tão previsíveis...
Talvez traição seja uma palavra muito forte para vocabulários tão modernos e não estou me referindo a sexo, me refiro a maldade disfarçada de bondade que só quer convencer e deixar. Essas relações falaciosas, são o que me fazem brigar sozinha, assim me entendo melhor. Cansei de falar e ninguém entender nada, dessa vez ficam os grilos falando por mim ...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Trabalho

Eu não gosto de trabalhar e digo porque é que sempre que ouço essa palavra logo associo a escravidão e logo a associo a mim que sem um emprego não sou ninguém nessa sociedade que já me lembra que querendo ou não serei escravo até o fim dos meus dias. Trabalho deveria significar prazer e para que pra mim isso signifique ainda me faltam dois anos até começar lecionar, não deixarei de ser escrava mas talvez plante algumas sementes que poderão a vir libertar alguns dessas grades. Quanto mais cedo se percebe a realidade mais tempo temos para viver no mundo real de verdade, pois somos condicionados a viver uma realidade que não condiz com nossas expectativas mais sinceras, nossas necessidades naturais, uma realidade que pouco tem a ver com o ser humano já rendido e medroso, ensinam-lhe o medo, vendem-lhe a paz e esta custa cada vez mais caro...
Dai vem o que se sabe fazer no momento eu sei ser supervisora e também vendedora externa, então tenho que escolher entre ter funcionários, não ter muita vida particular, trabalhar em horários alternados, falar de metas e vender uma idéia de se trabalhar cada vez mais, e que eu sei muito bem não passarei de um feitor isso me contraria. Ou sou vendedora que é um saco, correndo atrás de pessoas vendendo algum produto inútil, falho, fazendo as pessoas consumirem cada vez mais... Argh posso ser contra? Não me importaria de trabalhar desde que isso não significasse enganar, se enganar, que significasse um jogo limpo, cada um faz sua parte, não se vende nada, se troca tudo, cada um faz o que quer da vida, conseguiriamos nos organizar sozinhos cooperativados sem governo ... acho que sou Anarquista!

sábado, 4 de junho de 2011

Orai Irmãos

Quando temos apreço por alguém damos valor a essa pessoa provavelmente isso acontece pela outra também demonstrar carisma e recíproca, mas "filhos das minhas filhas meus netos são, filhos dos meus filhos serão ou não? Sejamos objetivos o que move os seres são seus desejos de consumo seja de bem material ou de alguém, falemos de pessoas mesmo, que óbviamente sempre custa alguma coisa conquistá-las, adquirí-las, ou simplesmente encontrá-las. Mesmo que esse preço seja pequeno, seja uma pequena mesma distância entre dois, já percorrida por aquele que "se moveu" deu o valor ao outro, que já estendeu a mão para ajudar na passagem, mesma distância essa que o outro não quis percorrer parecendo recitar partes do pai nosso " ... venha a nós o vosso reino e seja feita vossa vontade" E aquele que estendeu a mão volta a colocá-la no bolso e pensa sobre o valor que ele realmente tem para o outro, sem testes, sem estresse ele só coloca na balança os respectivos apreços... Enquanto sozinho continua a passagem da ponte recita algo que poderia ser uma oração "santificado seja vosso nome, seja feita vossa vontade o car..., se valho tão pouco não vos farei nenhuma falta, amém!"

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O diagnóstico e a terapêutica

O amor é uma das doenças mais bravas e contagiosas. Qualquer um reconhece os doentes dessa doença. Fundas olheiras delatam que jamais dormimos, despertos noite após noite pelos abraços, ou pela ausência de abraços, e padecemos febres devastadoras e sentimos uma irresistível necessidade de dizer estupidezes. O amor pode ser provocado deixando cair um punhadinho de pó de me ame, como por descuido, no café ou na sopa ou na bebida. Pode ser provocado, mas não pode impedir. Não o impede nem a água benta, nem o pó de hóstia; tampouco o dente de alho, que nesse caso não serve para nada. O amor é surdo frente ao Verbo divino e ao esconjuro das bruxas. Não há decreto de governo que possa com ele, nem poção capaz de evitá-lo, embora as vivandeiras apregoem, nos mercados, infalíveis beberagens com garantia e tudo.

O Livro dos Abraços, Eduardo Galeano

domingo, 22 de maio de 2011

Isso é tudo

“Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus e que faz se levante o Sol para os bons e para os maus e que chova sobre os justos e os injustos. – Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa? Se apenas os vossos irmãos saudardes, que é o que com isso fazeis mais do que os outros?” (S. MATEUS, cap. V, vv. 43 a 47.)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

As Rosas

As Rosas amo dos jardins de Adônis,
Essas volucres amo, Lídia, rosas
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.



Ricardo Reis - Fernando Pessoa

domingo, 8 de maio de 2011

Do que Quero

Do que quero renego, se o querê-lo
Me pesa na vontade.
Nada que haja
Vale que lhe concedamos
Uma atenção que doa.
Meu balde exponho à chuva, por ter água.
Minha vontade, assim, ao mundo exponho,
Recebo o que me é dado,
E o que falta não quero.

O que me é dado quero
Depois de dado, grato.

Nem quero mais que o dado
Ou que o tido desejo.


Ricardo Reis - Fernando Pessoa

domingo, 1 de maio de 2011

Misto

Gosto do colorido, do verde com azul, amarelo, vermelho e do cinza embranquecido as vezes quase "anêmico" não muito me agrada, sem luz nem se fala, com aranhas pior ainda e tempestade? Ah tá bom conto outra... A visão nublada se perdendo pelo belo temporal, que carrega tudo rio abaixo imagina corações... A lua hoje esta linda e já faz tempo que não leio meu signo, mas sua influencia sobre mim eu sei e é inexata, feita de fases, assim como sou...
Olho para a garrafa de vodka e ela olha para mim e ficamos nos olhando ... Perestroika diz no rótulo, cá na mente me vem que isso foi o que levou ao colapso a União Soviética, eu deveria ter desconfiado do conteúdo ...

sábado, 30 de abril de 2011

O Gênio

A esse gênio maldito que mora em mim, ele custa, demora, mas acaba me vencendo de vez enquanto. Sobre horários ele é muito intransigente se chega na hora, espera dez minutos liga uma vez na segunda já indo embora, não aceita desculpa e já era, foi-se o animal campo a fora dando coiçe pra tudo que é lado. Depois senta pensa, se esconde em meu corpo que entra em contato com a torre e volto a analisar irônicamente minha atuação, do ponto de vista de quem viu de fora e ri, porque o gênio se escondeu, é como ficar nú diante da platéia. Aplausos!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

AOS NAMORADOS - Fernando Pessoa

Todo o homem de hoje, em quem a estatura moral e o relevo intelectual não sejam de pigmeu ou de charro, ama, quando ama, com o amor romântico.
O amor romântico é um produto extremo de séculos sobre séculos de influência cristã; e, tanto quanto à sua substância, como quanto à seqüência do seu desenvolvimento, pode ser dado a conhecer a quem não o perceba comparando-o com uma veste, ou traje, que a alma ou a imaginação fabriquem para com ele vestir as criaturas, que acaso apareçam, e o espírito ache que lhes cabe.
Mas todo o traje, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em quem o vestimos.
O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceita desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.


Trecho [111] de O Livro do Desassossego.

A Falta

A insatisfação é condição para o desejo humano - é uma busca ilimitada do objeto sem que a falta desapareça. Não existe o objeto, que solucione esse problema que se tem com a falta, ela não deixa de existir, não termina apesar de filhos, realização profissional ou amorosa.
Se manifesta pela subjetividade do indivíduo, o que se passa no intimo de cada um, o que ele vê, sente ou pensa em relação a algo e que não tem padrão, mas seus desejos são sempre o reflexo das suas insatisfações influenciadas pela sua cultura, religião, educação somadas as suas fantasias de uma situação de completude diante do objeto. Não existe nada que preencha essa lacuna, pois essa falta constitui o desejo e vai sempre existir. Se deseja, anseia e persegue e logo em seguida projeta a falta em outro objeto e assim vai indo infinitamente. Nem a consciência disso torna ninguém livre, mas capaz de adotar uma nova postura.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Solvente Universal

Dia cinza frio e molhado
Me sinto tão solúvel
Como café granulado ao leite
Krishna e Radha observam a chuva
Ao lado do gato pela janela.
Na árvore, passarinhos agitados
Em frenética gritaria, disputando
Cada galhinho que a natureza lhes concedeu
Daqui a pouco estarão todos calados,
Faz tardinha, a chuva cai mansa
Em dias assim eu fico escutando, escutando ...
... e me dissolvo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Eu Te Amo - Tom Jobim / Chico Buarque

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir

sábado, 26 de março de 2011

Flores roxas na janela

Eu não tive vizinhos por anos no lado esquerdo da casa onde só tinha um terreno com árvores e um poço. Então, construíram uma casa aqui do lado, na minha janela a vista virou uma parede com os tijolos aparecendo, é o progresso. Pensei em fazer um desenho ali aquela parede me incomodava era muito concreta... Fiquei por vários dias sem abrir a janela e para minha surpresa ganhei um maravilhoso presente da natureza, flores roxas subiram pelas paredes, me sorriem todos os dias e eu falo com elas ...

Agua?

Porque me tomas? Disse a água. E reflito, me coloco no lugar da água e percebo pelo corretor ortográfico que água é com acento agudo e não acento grave. Tirando a acentuação ao me colocar no lugar da água percebo que muitas vezes na mesma situação que ela, já fiz essa pergunta várias vezes. Porque me tomas? Disse a Mônica. A agua como eu está ali na dela, dentro do seu devido recipiente, sempre muito líquida, muito transparente, fresca, tratada e quando menos menos espera vem alguém e enche vários copos dela e a devora, a engole, lhe roubam aos litros sem ao menos sentir o gosto e chamam a isso matar a sede... Mas como a vida cíclica a água é, você pode achar que mata sua sede em águas puras, mas o que não imagina é que a água que tanto te hidrata, que mata sua sede, que passa pela sua garganta, ela não fica, porém é sempre a mesma, infinitamente.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Gatos

"Gosto de olhar os meus gatos, eles me acalmam. Eles me fazem sentir bem. Você sabia que os gatos dormem 20 das 24 horas do dia? Não se admira que tenham melhor aparência do que eu. Na minha próxima vida, quero ser um gato. Dormir 20 horas por dia e esperar ser alimentado. Sentar por aí lambendo meu cu. Os humanos são desgraçados demais, irados demais, obcecados demais."
Charles Bucóviski

quarta-feira, 16 de março de 2011

Celebração de bodas da razão com o coração - Eduardo Galeano

Para que a gente escreve, se não é para juntar nossos pedacinhos? Desde que entramos na escola ou na igreja, a educação nos esquarteja: nos ensina a divorciar a alma do corpo e a razão do coração. Sábios doutores de Ética e Moral serão os pescadores das costas colombianas, que inventaram a palavra sentipensador para definir a linguagem que diz a verdade.
Um sistema de desvínculos: para que os calados não se façam perguntas, para que os opinados não se transformem em opinadores. Para que não se juntem os solitários, nem a alma junte seus pedaços. O sistema divorcia a emoção do pensamento como divorcia o sexo do amor, a vida íntima da vida pública, o passado do presente. Se o passado não tem nada para dizer ao presente, a história pode permanecer adormecida, sem incomodar, nos guarda-roupas onde o sistema guarda seus velhos disfarces. O sistema esvazia nossa memória, ou enche a nossa memória de lixo, e assim nos ensina a repetir a história em vez de fazê-la. As tragédias se repetem como farsas, anunciava a célebre profecia. Mas entre nós, é pior: as tragédias se repetem como tragédias.


(O Livro dos Abraços)

terça-feira, 15 de março de 2011

A fome/2 - Eduardo Galeano

Um sistema de desvinculo: Boi sozinho se lambe melhor.., O próximo, o outro, não é seu irmão, nem seu amante. O outro é um competidor, um inimigo, um obstáculo a ser vencido ou uma coisa a ser usada. O sistema, que não dá de comer, tampouco dá de amar: condena muitos à fome de pão e muitos mais à fome de abraços.

A arte das crianças - Eduardo Galeano

Mario Montenegro canta os contos que seus filhos lhe contam. Ele senta no chão, com seu violão, rodeado por um círculo de filhos, e essas crianças ou coelhos contam para ele a história dos setenta e oito coelhos que subiram um em cima do outro para poder beijar a girafa, ou contam a história do coelho azul que estava sozinho no meio do céu: uma estrela levou o coelho azul para passear pelo céu, e visitaram a lua, que é um grande país branco e redondo e todo cheio de buracos, e andaram girando pelo espaço, e saltaram sobre as nuvens de algodão, e depois a estrela se cansou e voltou para o país das estrelas, e o coelho voltou para o país dos coelhos, e lá comeu milho e cagou e foi dormir e sonhou que era um coelho azul que estava sozinho no meio do céu.

quinta-feira, 10 de março de 2011

As lágrimas fazem triste meu rosto, inchados meus olhos e apressado meu caminhar. Vivo numa cidade pequena, com pessoas pequenas é tudo devidamente proporcional. Se fugi alguma vez, me perdoe não tenho culpa por ter sido carregada, nem mesmo por ter nascido. Hoje estou ai, fruto de uma promessa de melhora, de um sonho, de uma boa intenção, da ingenuidade e que tal tentar usar a palavra amor? Da história mais comum eu nasci. Não para simplesmente vir e sim para causar um determinado efeito, não deu certo! Passa o tempo o vácuo me pertence, os grilos me calam ... Busquei durante toda a vida alguém e não encontrava e quando achei encontrar não entendia porque eles não me deixavam chegar perto mesmo se eu fizesse vista grossa a seus defeitos e então eu desistia sem achar sentido porque eu queria pessoas assim? Assim como? Iguais a ele, na verdade eu queria saber dele, como ele vivia o que pensava eu sempre procurei ele, sempre... Mas ele sempre esteve lá, sempre esteve lá... E eu nunca me dei conta, só agora descobri... Pai era tu, eu nunca quis te procurar, mas sempre te procurei e agora te encontro ... Morto. Como foi que viveu? Todos te admiravam mesmo com toda tua escrotisse, tu foi alto, tu foi simpático, tu não foi nada pai, mas todos sempre gostaram de ti mesmo assim. E eu também gosto de ti mesmo assim, sei que toda a informação que tenho é vaga, sinto em mim tuas emoções, vejo em mim teu jeito, o teu amor pai! Amor que não me lembro, seu rosto que não esqueço, suas fotos que não tenho, sua presença pai! Eu nunca chamei ninguém de pai, nunca esse tratamento é seu, só seu. Tu pode ter feito de tudo para ser livre, para não se apegar as pessoas, entenda por favor EU TE AMO MESMO ASSIM!!! Seu jeito, sua atitude, tu estava de um lado e eu gostaria muito de entender sua filosofia. Te admiro acho que todos devem ter ideais e morrer fazendo o que gostam. Te respeito, te admiro, te amo MESMO ASSIM. Do jeito que tu é, que tu foi? Meu pai! Hãm? Só vou te dar orgulho, seu sentimento punk me preenche, vou conseguir dizer pai o que talvez tenha ficado preso na sua garganta... Eu vou além...

terça-feira, 8 de março de 2011

Se eu pudesse trincar a terra toda

Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
E se a terra fosse uma cousa para trincar
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se,
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

NEM SEMPRE SOU IGUAL de Alberto Caeiro

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.

Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,

Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés -
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Recortes de "Blame It On The Boogie/Michael Jackson"

Minha querida tá sempre dançando e isso não pode ser uma coisa ruim
Mas eu não recebi nenhum carinho e isso não é mentira.
Nós passamos a noite em frisco em cada discoteca.
A partir daquela noite, eu dei adeus ao nosso amor.

Não ponha a culpa no pôr do sol
Não ponha a culpa no luar
Não ponha a culpa nos bons tempos
Ponha a culpa na dança


Essa dança desagradável me chateia, mas de alguma forma me viciou
Ritmo encantador me pegou de jeito
Eu mudei minha vida completamente, eu vi o brilho
E minha querida não consegue tirar os olhos de mim

Não ponha a culpa no pôr do sol
Não ponha a culpa no luar
Não ponha a culpa nos bons tempos
Ponha a culpa na dança


Eu não posso,eu não posso
Eu não posso controlar os meus pés


Essa magia me toma, esse ritmo quente me faz de bobo
O diabo me toma através dessa dança
Eu estou cheio de fúria febril, uma chama nasce dentro de mim
A dança me têm com uma super batida

Não ponha a culpa no pôr do sol
Não ponha a culpa no luar
Não ponha a culpa nos bons tempos
Ponha a culpa na dança

Pôr do sol
Luar
Bons tempos
Dança

Não culpe isto (Pôr do sol)
Você tem (Luar)
Você quer (Bons tempos)
Sim (Dança)

Ponha a culpa em si mesmo (Pôr do sol)
Não é culpa de ninguém (Luar)
Mas sua e da dança (Bons tempos)
A noite toda (dança)

Não posso parar essa dança (Pôr do sol)
Não é culpa de ninguém (Luar)
Mas sua e da dança (Bons tempos)
Dançar? A noite toda (Dança)

domingo, 6 de março de 2011

Me emociono em presenciar essa Estrela brilhar e ver Brasil adolescer!

Brilha uma Estrela

Sem medo de ser feliz,
sigo a minha sina.

Tentando encantar com as rimas,
vou mascarando o sonho.

Adiando as lutas,
ficando na escuta.

Justiça para os três "Ps",
o mesmo outra vez.

Vou seguindo a estrela,
esculpindo a cruz vermelha.

Para salvar uma nação,
governada pela corrupção.

Ainda que sem inflação,
que sofre uma manipulação velada.

Nunca vi tanta marmelada,
na manipulação da bolsa que sobe-e-desce.

Será que o cidadão de tudo esquece,
enquanto todos brasileiros empobrece.

Ibope que desce-e-sobe,
me cansei de gás nobre.

Brilha uma estrela, brilha uma estrela...
Nesse céu azul...

Brilha uma estrela, brilha uma estrela...
Lula lá...

Brilha uma estrela,
Lula lá...
Cresce a esperança.
Lula lá...
de um Brasil criança.
Pra fazer,
brilhar nossa estrela...

Pablo Nykc

sexta-feira, 4 de março de 2011

Pipoca - Rubem Braga

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice, uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos - Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, um filho, um amigo ou o emprego. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, doenças e sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio, uma maneira de apagar o fogo.
Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Imagino que a pipoca dentro da panela, ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não consegue imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece completamente diferente, como nunca havia sonhado.
Piruá é o milho que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
E você, o que é?
Uma pipoca estourada ou um piruá?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Despertador toca, o corpo reclama por mais uns instantes ... Saio atrasada como sempre, chego na hora conforme o combinado. Passam as horas, cumpro tarefas, desempenho mudanças, ouço todos os tipos de conversa. Paro, respiro, dou-me direitos. O tempo voa, é noite, um passeio com as amigas. É quase carnaval, a conversa flui, tudo vai acontecendo tranquilamente enquanto o garçom, circula pelo bar em nossa direção marcando assim nosso tempo em cervejas. Volto sem mais, direto à lentilha que logo percebi iria ter que compartilhar com o gato, pois a panela estava aberta e os dois ficaram a sós. Coloco água, aqueço, ficou boa. Juro que ainda mato esse gato, mas é mentira. Cansada já percebo que além do mais o tempo se esgota, amanhã tem tudo de novo. Feliz, curto a compania do gato, a simplicidade das coisas a infinita beleza do mundo. Obrigada, por amar a minha realidade, Senhor!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tricopicopata

Entre todas as coisas estou, num misto de gato, preta, portas, janelas, o cheiro do tabaco, canções... Caneca, colher, incenso e bola de cristal ... Idéias tenho-as todas, quebra-cabeças: a flutuar e flutuo também até me encaixar ... Solta, danço. Secretamente, investigo, desafiando discurso e ação, aparência e verdade, interesses e condições ... Ouço, observo, deduzo e então a prova real. A muito não me surpreendo, a muito tempo ...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Eu e meu gato estamos aqui, já são duas e cinquenta e dois da madrugada é sábado. Não me diga que você é um depressivo na net num sábado, não diga isso ... Sim estou aqui mas depressão foi o que vi na rua...Sai pra dar uma volta e não fui nos mesmos lugares fui num lugar chamado Rock And Roll e em dois outros com nomes bem menos sugestivos e o que vi? Tudo menos alegria. Juro! A depressão tomou conta não só das pessoas, mas também dos lugares ... Ri muito isso parece que se transformou em um estilo de vida, vi platéias depressivas e músicos depressivos também ... Relax, take it easy!!! Não é preciso fazer tipo, não é preciso de teatro, somos o que somos e nada vai mudar nem mesmo nossa atuação ... Vá com calma, mas não deixe de ir, vá! Do alto do pico alcóolico penso onde estará quem realmente me interessa? Quem me passa agora pela cabeça? Quem é você? É o único que não está a meu alcance sempre será, sempre será... Já teve muitos rostos este moço, mas este tem os olhos a brilhar, esse nem sabe pra onde está indo mas eu posso ver seus primeiros passos antes da intenção ... Virá o fracasso junto a esse brilho? Será fracaço com cedilha? Não, não conheço mas me parece bom, de bem de paz ... de onde veio do que se alimenta? Tudo bem! Sua energia me mantém em pé sem saber ...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Faz Domingo, Reflito.

Qual a semelhança entre uma escrivaninha e um corvo? Eu não faço a menor idéia! Responde o Chapeleiro à Alice. Esse diálogo ficou na minha cabeça assim como a parte que o Chapeleiro diz: "Alice por quê as vezes você é tão grande e as vezes tão pequena?" ou "Você perdeu sua muiteza, você não mata!"
Bom loucura ou não eu penso que as perguntas não precisam necessariamente de respostas para existirem. As vezes sou grande e as vezes sou pequena, poucas vezes fui do tamanho ideal, isso depende muito de quem vê.
Quando se é pacífico demais perde-se a essência de bixo e passa pelo mundo animal como indefeso, frágil, presa fácil aos instintos mais assassinos. Perde-se a muiteza perde-se a conexão com a identidade, devo manter em mim a dose certa de maldade. Minha muiteza está no fato de viver num mundo de feras e exercer o direito de ser fera também,lutar pela sobrevivência que será imortalizada pela minha história, pelo produto de minhas escolhas: A morte para alguns. Mas ainda que signifique isso, sou então capaz também de matar. Eu mato eu morro eu renasço.

Nada a ver mas segue um "texticulo" do Nietzsche que ele que sabe das coisas, deliciem-se!

Examinai a vida dos homens e dos povos melhores e mais fecundos, e perguntai se uma árvore que deve elevar-se altivamente nos ares pode dispensar o mau tempo e as tempestades; se a hostilidade do exterior, as resistências exteriores, todas as espécies de ódio de inveja, de teimosia, de desconfiança, de dureza, de avidez e de violência não fazem parte das circunstâncias favoráveis sem as quais nada, nem sequer a virtude, poderia crescer grandemente? O veneno que mata as naturezas fracas é um fortificante para as fortes; ... e por isso não lhe chamam veneno.

Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Existir

Dentro do vazio procuro algo a ser dito
Ouço grilos.
Procuro ainda sentido nas coisas
Que perigo
O ódio, enquanto nunca desafiei
Apenas concordo ou discordo
Todas opiniões e crenças devem ser
Respeitadas; todos tem ...
Tudo pode ser compreendido,
O que não significa ser aceito.
Existem vinganças mais cruéis que as minhas?
Existem labirintos ... O pior inimigo,
O melhor amigo a consequência de ser ...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Detalhes

Um momento histórico para uma jornada histórica. A presença do inevitável, a felicidade na explosão de luzes sobre passos, sobre o céu ... Um desejo materializado no horizonte. Palavras difíceis; o espaço se rasga nas queimas de seus artifícios...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Mulher Selvagem

Sua beleza é arisca, arredia aos modismos. Ela encanta por um não-sei-quê indefinível… mas que também agride o olhar. É um tipo raro e não tem habitat definido: vive em Catmandu, mora no prédio ao lado ou se mudou ontem para Barroquinha. E não deixou o endereço. É ela, a mulher selvagem.

Em quase tudo ela é uma mulher comum: pega metrô lotado, aproveita as promoções, bota o lixo para fora e tem dia que desiste de sair porque se acha um trapo. Porém em tudo que faz exala um frescor de liberdade. E também dá arrepios: você tem a impressão que viu uma loba na espreita. Você se assusta, olha de novo… e quem está ali é a mulher doce e simpática, ajeitando dengosa o cabelo, quase uma menininha. Mas por um segundo você viu a loba, viu sim. É a mulher selvagem.

A sociedade tenta mas não pode domesticá-la, ela se esquiva das regras. Quando você pensa que capturou, escapole feito água entre os dedos. Quando pensa que finalmente a conhece, ela surpreende outra vez. Tem a alma livre e só se submete quando quer. Por isso escolhe seus parceiros entre os que cultuam a liberdade. E como os reconhece? Como toda loba, pelo cheiro, por isso é bom não abusar de perfumes. Seu movimento tem graça, o olhar destila uma sensualidade natural… mas, cuidado, não vá passando a mão. Ela é um bicho, não esqueça. Gosta de afago mas também arranha.

Repare que há sempre uma mecha teimosa de cabelo: é o espírito selvagem que sopra em sua alma a refrescante sensação de estar unida à Terra. É daí que vem sua força e beleza. E sua sabedoria instintiva. Sim, ela é sábia pois está em harmonia com os ritmos da Natureza. Por isso conhece a si mesma, sabe dos seus ciclos de crescimento e não sabota a própria felicidade. Como todo bicho ela respeita seu corpo mas nem sempre resiste às guloseimas. Riponga do mato, gabriela brejeira? Não necessariamente, a maioria vive na cidade. E há dias paquera aquele pretinho básico da vitrine. E adora dançar em noite de lua. Ah, então é uma bruxa… Talvez, ela não liga para rótulos. Sabe que a imensidão do ser não cabe nas definições.

Mulheres gostam de fazer mistério. Ela não, ela é o mistério. Por uma razão simples: a mulher selvagem sabe que a vida é uma coisa assombrosa e perfeita e viver é o mais sagrado dos rituais. Ela sente as estações e se movimenta com os ventos, rindo da chuva e chorando com os rios que morrem. Coleciona pedrinhas, fala com plantas e de uma hora para outra quer ficar só, não insista. Não, ela não é uma esotérica deslumbrada mas vive se deslumbrando: com as heroínas dos filmes, aquela livraria nova, um presente inesperado… Ela se apaixona, sonha acordada e tem insônia por amor. As injustiças do mundo a angustiam mas ela respira fundo e renova sua fé na humanidade. Luta todos os dias por seus sonhos, adormece em meio a perguntas sem respostas e desperta com o sussurro das manhãs em seu ouvido, mais um dia perfeito para celebrar o imenso mistério de estar vivo.

Ela equilibra em si cultura e natureza, movendo-se bela e poética entre os dois extremos da humana condição. Ela é rara, sim, mas não é uma aberração, um desvio evolutivo. Pelo contrário: ela é a mais arquetípica e genuína expressão da feminilidade, a eterna celebração do sagrado feminino. Ela está aí nas ruas, todos os dias. A mulher selvagem ainda sobrevive em todas as mulheres mas a maioria tem medo e a mantém enjaulada. Ela é o que todas as mulheres são, sempre foram, mas a grande maioria esqueceu.

Felizmente algumas lembraram. Foram incompreendidas, sim, mas lamberam suas feridas e encontraram o caminho de volta à sua própria natureza. Esta crônica é uma homenagem a ela, a mulher selvagem, o tipo que fascina os homens que não têm medo do feminino. Eles ficam um pouco nervosos, é verdade, quando de repente se vêem frente a frente com um espécime desses. Por isso é que às vezes sobem correndo na primeira árvore. Mas é normal. Depois eles descem, se aproximam desconfiados, trocam os cheiros e aí… Bem, aí a Natureza sabe o que faz.

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Ricardo Kelmer – blogdokelmer.wordpress.com ( Simplesmente demais )

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Woman Sapiens

Ela pensa vai, volta pensa, para, segue, entra sai e vai e vem entra seco sai molhado e de ladinho dá também... Parece letra de funk o hits mais pobretão que já ouvi. Sr Milionário e inexistente leitor por favor não se ofenda se curtir o pancadão, ser pobre não é vergonha pra ninguém mas tome cuidado isso pode lhe trazer sequelas. Nunca escute funk perto dos seus filhos, é falta de educação... Mas seguindo, essa moça de quem vos falo agora, a mesma que acaba de engolir seu ultimo gole da ultima cerveja, essa moça que tem preocupações em seguir firme num propósito levando a sério suas ideologias, essa moça que traga com força o cigarro ingrato que lhe derruba cinza nos teclados, essa moça, essa moça ... Ela não sonhou com a sua avó na noite passada e hoje só sabe ao certo que vai dormir, sim ela está cansada. Ela ve tudo sabe, entende, PERCEBE, tudo, mas nada lhe adianta, ela está presa nesse corpo nada adianta o conhecimento ela é humana.

Nossa, que Bagunça!

Esta semana decidi limpar a casa, organizar tudo e manter assim, sempre que tirar uma coisa do lugar organizar novamente não deixando acumular tarefas.
Cinco dias já se passaram e o que sinto é uma auto-crítica muito forte, me maldizendo por ser tão desorganizada e ao mesmo tempo uma auto-resposta gritando: Mas que importância tem isso? Penso que casa é questão de gosto. Eu não me importo com as coisas desorganizadas sei onde cada uma está não preciso ser um motor contínuo de ações para garantir que eu não me perca em meio das coisas. Gosto da minha casa do jeito que é claro que concordo; arrumada é mais bonita e talvez seja pela beleza, por toda arte depositada nela estou mantendo assim, mas é pela arte, minha arte, minha bandeira e meu símbolo da paz.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Impressões

Dedos, que tocam os teclados, compridos e cúmplices só lhes dizem o que eu lhes digo e seguem acentuando cada sílaba tônica como se fossem Mônica.
Minhas estensões, onde sinto e transmito, onde curo e afago, onde apedrejo e amparo; Onde acendo o incenso e o cigarro.
Minhas espalmadas mãos, meus dedos aleatórios, tão pouco adornados de anéis e unhas compridas.
Esses que relatam abraços, que registram as intempéries, as cores de todo meu pensamento;
O que precisa descer pelo meu coração, girar pelo umbigo e sair pela extremidade das minhas mãos;
O que viaja pelo corpo, as vezes me custa a passar pela garganta até enfim sairem, por entre essas minhas impressões digitais.

Haikais

Nada a fazer de fato,
me pego a observar
o gato.

Na janela o gato espera,
sutilmente o tempo passar...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

VentilaDor

Abençoado seja quem inventou o ventilador. Abençoado seja também quem inventou o ar condicionado que barateou e tornou possível a todos o luxo que é no calor tomar um banho e sentar na frente do ventidador! O chuveiro elétrico, o sabonete, o xampú a própria escova de dentes formam um conjunto de bençãos. O leite condensado, as receitas de bolos, o chocolate, abençoados sejam! A música, os solos de guitarra a melodia, o velho e bom rock and roll ... Santo! Santo! Santo! As coisas engraçadas, bom humor, o próprio bem estar e sua genialidade. O ônibus escolar, o asfalto a grama no chão, a Terra. Abençoados sejam, as tintas, as coloridas borboletas astrais e suas naves espaciais... Sim, abençoados sejam ... Infinitamente ...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Massa crua faz mal?

Pode até ser que eu esteja vivendo uma fase sombria, mas a poesia é minha redenção. Segue um Augusto dos Anjos que ele sabe das coisas.


VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sou Eu

Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente,
Como de um sonho formado sobre realidades mistas,
De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico,
Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,
Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda,
De haver melhor em mim do que eu.
Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa,
Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores,
De haver falhado tudo como tropeçar no capacho,
De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas,
De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida.
Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica,
Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,
De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo —
A impressão de pão com manteiga e brinquedos
De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,
De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela,
Num ver chover com som lá fora
E não as lágrimas mortas de custar a engolir.
Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,
A quem tinem as campainhas da cabeça
Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
Sou eu mesmo, que remédio! ...

Álvaro de Campos

domingo, 23 de janeiro de 2011

Queen

Estou numa fase bem apaixonada por Queen, sempre respeitei os caras, mas hoje eles estão no auge das paradas de sucesso da minha vida. É tudo bom os arranjos, as letras é Genial o Freddie Mercury arrasa também no vocal é perfeito, completo e altruista. Essa música que vou postar é uma maravilha ela vem crescendo toma conta o arranjo é muito bom é coisa de mestre e a letra sensacional, colei ai a tradução dela é "Dont stop me now".


Não Me Pare Agora

Esta noite eu vou me divertir
Eu me sinto vivo
E o mundo virando do avesso
E flutando em êxtase
Então não me pare agora,
Não me pare

Porque eu estou me divertindo
Eu sou uma estrela cadente saltando pelo céu
Assim como um tigre desafiando as leis da gravidá
Eu sou um carro de corrida ultrapassando como lady
Eu vou, vou, vou, vou
E nada vai me deter
E estou queimando pelo céu
Duzentos graus
É por isso que me chamam de Senhor Fahrenheit
Estou viajando na velocidade da luz
Eu quero transformá-lo num homem supersônico

Não me pare agora,
eu estou me divertindo
Estou aproveitando,
Não me pare agora
Se você quiser se divertir, é só me ligar
Não me pare agora (porque eu estou me a divertir
Não me pare agora (sim, eu estou me divertindo)
Eu não quero parar de jeito nenhum

Eu sou um foguete em direção a Marte
Numa rota de colisão
Eu sou um satélite, estou fora de controle
Eu sou uma máquina de sexo pronta pra recarregar
Assim como uma bomba atômica prestes a
ohohoh explodir

E estou queimando pelo céu
Duzentos graus
É por isso que me chamam de Senhor Fahrenheit
Estou viajando na velocidade da luz
Eu quero transformá-la numa mulher supersônica

Não me pare, não me pare
Não me pare
Não me pare, não me pare (eu gosto disso)
Não me pare, não me pare
Divirta-se, divirta-se
Não me pare, não me pare

E estou queimando pelo céu
Duzentos graus
É por isso que me chamam de Senhor Fahrenheit
Estou viajando na velocidade da luz
Eu quero transformá-la num homem supersônico

Não me pare agora,
Eu estou me divertindo
Eu estou preparado,
Não me pare agora
Se você quiser se divertir é só me ligar
Não me pare agora (porque eu estou me a divertir
Não me pare agora (sim, eu estou me divertindo)
Eu não quero parar de qualquer forma