O barulho do aquecedor é menos ruim que o frio do seu silencio.
Com a luz apagada vejo os caminhos da fumaça no ar.
Não quero escutar música, nem esse aquecedor, desligo, prefiro o frio e de presente percebo o barulho do vento.
Está assim: as vezes fica tudo em silêncio, algum cachorro late e um carro passa ao longe, aos poucos o barulho das folhas vão tomando conta,
o vento açoita as árvores e não se importa em poupar-lhe os galhos que são carregados e passam batendo pelo telhado.
O sino de vento me traduz uma saudade que um dia acho que terei, de momentos felizes em que tudo está em perfeito equilíbrio ...
Outro silêncio, outro açoite,
outro cigarro
e assim vai indo ...
Não gosto de televisão, pois ela me empurra uma vida real vencida,
resumida,
cortada, editada e pronta.
Eu sei pensar, vejo a vida real com meus olhos reais ... Minha televisão é muito útil,
mas não a uso para olhar, uso-a para guardar maquiagens...
Penso em dar uma volta neste texto ...
Meu gato é preto não consigo vê-lo no escuro acendo rapidamente o isqueiro e ele esta me olhando fixamente, o que
será que
ele
pensa?
Os cães estão agitados, os açoites as vezes são bem violentos, eu também fiquei agitada, com medo, acendi a luz...
Agora já passou o medo, apaguei a luz, como se ela acesa me desse alguma garantia
ou apagada me levasse de volta ao anonimato...
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